domingo, 31 de outubro de 2010

Almada

Uma viagem incrível!!!

Um tuno nosso, já engenheiro e a fazer obra, tinha lá na obra um profissional da construção civil (vulgo trolha) que fazia a alegria do pessoal. Tinha prometido que um dia levaria o homem a uma actuação da Tuna.

Melhor ainda foi a uma deslocação de fim de semana.

Como sempre, bem apetrechados para a viagem (3 garrafões de vinho), partimos numa sabado de tarde. Durante a viagem travamos conhecimento com o senhor, muito simpático. Com o seu bigode farfalhudo á verdadeiro tuga. Agarrou-se a um dos garrafões (surpreendentemente :) ) e lá foi a cantar a viagem toda "Quando... você vem com essa cara...". A principio tinha piada, mas foi a viagem TODA!

Chegamos, a Almada e como naquele tempo não existia a moda dos (terríveis) passa-calles, fomos como é óbvio, para a praia... Tínhamos de conhecer a costa da Caparica, tão mítica na música dos Peste & Sida. depois de um fim de tarde na praia desloca-mo-nos para o sitio combinado para o transporte nos vir buscar. Nisto o homem ainda agarrado ao garrafão começa a meter-se com alguns de nós. Pelo meio começa a pedir lume e não vendo gorado o seu objectivo, começa, a trepar a um poste, com uma rapidez fulminante devo dizer para pedir lume ao lampião! :) Toda a gente ria a gargalhadas soltas com o artista.

Fomos jantar, tocamos, a alegria do costume, o homem maravilhado com tudo! Sempre ao nosso lado e ainda agarrado ao garrafão!

Mais uma peripécia da viagem logo a seguir ao Festival. Como nestas coisas o transporte tem de dar para todos, fomos com mais tunas na camioneta. Para minha surpresa começam a cantar um original nosso com ligeiras modificações na letra para se adequar á sua região. (mais tarde alguém me disse que os antigos magisters das duas tunas se davam muito bem é que foi aceite a brincadeira). Hoje orgulho-me de ser um grande amigo dessa tuna. Fazendo muitas vezes quilómetros e quilómetros para estar com eles.
Continuando, o tuno que era chefe do homem entra muito chateado pelo autocarro dentro e diz alto e a bom som que a musica deve ser tocada de outra forma! O melhor foi ver o homem a saltar as cadeiras todas da mesma forma ágil que com que tinha trepado o lampião e muito zangado porque o "engenheiro" dele também estava. Infrutifero porque não sabia a quem se virar, apenas saltava de cadeira em cadeira. Cómico no minimo!

Seguiu-se a disco night habitual e o homem muito contente lá dentro porque e cito "Com este cartão (credencial) entro em todo o lado!". Mostrava o cartão a toda a gente e dizia muito orgulhoso que o "engenheiro era o maior". Foi sem duvida o elemento mais caricato do festival. O pessoal de Almada ainda hoje deve estar a pensar quem seria o cromo.

Ainda na disco, o homem vira-se para a miúda do bar e sai-se com um dos melhores piropos dignos de qualquer profissional do seu ramo. "Eu só queria 5 minutos de amor contigo!" QUem não gostou foi o namorado que estava ao lado, retiramos estrategicamente o homem para a nossa beira e como é óbvio tomamos nota dessa importante lição de balada da noite para o futuro! LOLOL

Alguns foram dormir, outros ficaram! Eu fui "tentar" dormir, porque alguém teve a infeliz idéia de colocar um tuno no nosso quarto. Que tinha avisado que se alguém falasse havia "brincadeira". Claro que há sempre um irreverente quando tocado pelo néctar do Deus Baco, e acreditem que o tuno foi muito paciente, mas o moço não se calava. Teve como prenda ir para a varanda contar as antenas todas da margem de Lisboa. AH! Estávamos alojados na pousada de juventude que fica perto da ponte 25 de Abril, mesmo junto ao rio e com uma vista muito boa de Lisboa. Por incrível que pareça parecia resultar pois a contagem era qualquer coisa do género "uma, duas, três... quatro... Já me perdi vou ter que começar de novo". Isto repetiu-se durante meia hora até que adormeceu... LOL e eu ainda acordado. Levanta-mo-nos e após chegada do resto da Tuna fomos tomar o pequeno almoço a um cafezito, onde começou uma tradição secular (sim, isto passou-se no século passado, portanto já é secular). Toda a gente a pedir leitinho, café e torradinhas ou bolinhos e quando a menina pergunta ao homem o que ele queria, este responde-lhe: "Uma cerveja e um pão com manteiga!!!" AHAHAHAHAH!

Devo confessar que foi uma lição importante e que até aparecer o guronsan, me safou de muitas dores de cabeça.

Por isso se algum dia alguém da vossa tuna vos disser que vai levar um trolha a uma viagem convosco, aproveitem bem, aprende-se muito... Ou não!!!

Abraços!!!



quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Parte II

Após os cartoons do intervalo, vou continuar a saga Leiriense...

Cronologicamente, esta aventura de hoje até foi anterior à do jantar. Mais concretamente a caminho da Câmara. (Estou a fazer um filme tipo Pulp Fiction, começo pelo fim, lol)
Ora depois de os excelentíssimos Srs Tunos se juntarem aos caloiros, lá nos começamos a dirigir à Câmara Municipal de Leiria com a intenção de ainda participarmos na recepção às tunas.
Tal como já tinha dito, e apesar das coitadas das guias já estarem á beira de um ataque de nervos, chegamos atrasados, isto porquê?
A meio do caminho, depara-mo-nos com uma estrutura em pedra com umas estátuas a meio e que albergava uma grande quantidade de água. Sim era uma fonte. O terror dos caloiros da Tuna. Ainda que houvesse uma réstia de esperança de os Tunos quererem cumprir protocolo morreu logo quando nos disseram, "descalcem-se, tirem as meias, tracem a capa e..." Não foi preciso dizer mais nada.
Confesso que com o calor que fazia até me soube bem ir molhar os pés á fonte.
A meio da nossa travessia transatlântica, um dos meus amigos, trepa o meio metro de muro que nos separava da estátua, por pura sorte estava eu sentado na berma da fonte, e resolve chamar a atenção toda para ele. Isto porque a estátua era de uma bela menina, semi-nua, e com uns fartos seios esculpidos no seu peito. O jovem, com a melhor das intenções, ou não, chama toda a gente e qual conquistador de uma montanha muito alta, dispõe as mãos á frente do peito da menina e prepara-se para tirar a fotografia de bom malandro que somos nós todos.
Estão a ver aqueles momentos que planeados não resultariam tão bem? Pois, foi o que se passou, depois de ter toda a gente, tunos, caloiros e civis a olhar para ele, no preciso instante (e acreditem, foi à décima de segundo) em que o rapaz toca na estátua, esta, numa reacção que lhe parecia dar vida, começa a jorrar água por todos os lados!!! AH AH AH! Os caloiros todos que estavam á volta ficaram molhados, uns a cair enquanto fugiam outros por estarem mesmo debaixo da enxurrada. Eu agarrado á barriga a tentar não cair para trás. A gargalhada geral de toda a gente que estava a ver a cena. Um momento Kodak para mais tarde recordar.

Acham que o moço ficou muito molhado? Enganam-se... A sorte protege mesmo os audazes. E tanta foi a audácia dele que a estátua a jorrar água para todos os lados, descrevia um arco e mesmo juntinho á estátua não caía nem uma gota. Depois de já toda a gente se ter posto a salvo de uma maneira ou de outra e já mais acalmados os ânimos! Eis que se ouve a voz do moço "Como é que eu saio daqui???" Gerando nova gargalhada geral. Ao fim de uns 2 minutos a água cessou o seu fluxo e o moço lá saiu da fonte com um sorriso malandro de quem tinha feito asneiras e se safou.

O resto vocês já sabem...

Abraços...

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Não gosto mesmo nada de ver Tunas!!!

Criei este blog para todos aqueles que fazem parte do mundo das tunas pelo convívio, pelos amigos, pelas "amigas", pelos copos ou por outro motivo qualquer. Vou procurar partilhar com todos as experiências divertidas vividas por mim com a minha mulher, sim, também faz parte do fenómeno activamente, demasiado ás vezes, e com os meus amigos.

O titulo é parcialmente enganador pois, sendo eu um tuno há muitos anos, gosto genuinamente deste nosso mundo de tunas, apenas gosto mais de estar no bar ou nos corredores do que a ver as outras tunas e tenciono mostrar-vos como isso pode ser muito divertido. Deixo-vos com a primeira estória...

Ano Zero:

O Caloiro

"Os ensaios da tuna são ás quartas, ás 21h30!" Este foi o meu primeiro contacto com o meu futuro. Devo dizer que tendo entrado na segunda fase, acabei por ir a um ensaio da tuna antes de de ir a uma praxe do curso! O meu ano de candidato á tuna pautou-se por carregar instrumentos, (profissionalizei-me rapidamente) e aprender as músicas, o que graças á bagagem de 8 anos a tocar cavaquinho foi rápido. Não é muito divertida esta fase nas tunas pois não? Até porque ainda andamos a descobrir este mundo!

Ora é precisamente nesta fase que começa a aventura que hoje partilho convosco, numa alegre viagem a Leiria, onde tocaríamos num festival. A viagem correu bem, feita numa camioneta da rede expresso, ou seja não teríamos transporte lá, ficamos á espera que nos viessem buscar á estação de autocarros. Um antigo tuno nosso, que vive lá veio ter com a tuna e levou os tunos para o tasco mais próximo e ficamos nós a tomar conta de instrumentos.
Passado umas duas horas chegam, finalmente, as guias. Histéricas, pois eram 17h30 e tinhamos que estar na câmara para o protocolo de recepção ás tunas ás 17h! Lá vou eu a correr chamar a malta ao tasco! Valeu a pena que ainda bebi uns finos e lá fomos para a recepção.
Para nosso espanto a recepção tinha acabado, ainda assim a Presidente foi simpática e levou-nos a conhecer a câmara.
Posto isto as guias levaram-nos para a residencial antes de irmos jantar, havia ainda uma recepção no Teatro onde seria o festival, á qual nós faltamos (foi um fim-de-semana exemplar no que diz respeito a protocolo), e ao fim de meia hora de caminhada lá chegamos (relembro que não tinhamos transporte). Como faltamos á recepção fomos directos para a cantina. Fomos os primeiros a jantar, (foi a recompensa por faltar ás recepções todas) e quando acabamos estavam as outras tunas a chegar.
Estavam alguns de nós cá fora á espera, quando reparamos que a porta da cantina estava segura por um bloco rudimentar de granito (vulgo paralelo), e sendo nós ainda caloiros á descoberta do mundo, lá demos um pontapé no objecto, tendo como consequência o fecho da porta que este segurava.
Agora vem a parte fixe, quando o resto das tunas acaba de jantar, começam a vir para fora também. Mal eles sabiam (nem nós) que a porta se trancava automaticamente. Começamos a achar piada com os esforços de toda a gente em tentar abrir a porta, de risos leves passou a pequenas gargalhadas quando do lado de fora alguém fez sinal que não era aquela porta, mas sim uma ao lado, toda a gente se desloca para a nova saída e eis que... Estava trancada!!! Fomos mauzinhos mas confesso que foi divertido ver toda a gente a andar de um lado pró outro sem sucesso. Calma, há mais... Aparece uma funcionária lá dentro, muito chateada pela porta fechada, e com um molho de chaves começa a tentar abrir a porta. Sem efeito, já as gargalhadas eram fortes e a mesma funcionária resolve ir dar a volta e sair para tentar abrir a porta por fora. Mais uma vez, pasmem-se... A porta não abria!!!
Finalmente caí ao chão agarrado á barriga quando alguém disse: "Pronto, ganhamos o festival por falta de comparência das outras tunas!" Normalmente não seria suficiente para perder as forças, mas já estávamos naquela situação há meia hora.
Pouco depois, alguém teve a ideia milagrosa de levantar o trinco interior da porta. Buahahahahahah!

Não ganhamos o festival, mas ainda houve mais aventuras durante o fim de semana, fica para a próxima!

Abraços...