Sexta-feira
Depois de uma merecida folga, volto para vos contar o que se passou na sexta-feira.
Por motivos de força maior, levanta-mo-nos cedo (10h30) para tomar a banhoca e deixar o quarto livre para a senhora da limpeza... Desta vez falamos com as guias e como o almoço era na cantina, resolvemos conhecer um pouco melhor a cidade e almoçar num restaurante ás nossas custas...
Dirigi-mo-nos ao centro, descobrimos um restaurante com pinta, e regozija-mo-nos com o pastar excelente, bem regado como manda a etiqueta...
As actividades do dia eram poucas, apenas uma visita ás casas de vinho da Madeira... Não muito diferente, mas não melhor que o nosso vinho do Porto...
Chegamos antes da hora combinada com a organização (é estranho, eu sei...), mas a senhora, muito simpática fez-nos uma visita guiada e deixou-nos à vontade no salão de recepção aos visitantes. Senta-mo-nos numa mesinha, e com tempo ainda e com os instrumentos à mão, só podia resultar numa alegre cascata de musica, que não parava de jorrar.
Assim como o vinho, as senhoras trouxeram-nos dois cálices a cada um com duas variedades de vinho da Madeira. Nós a poupar para fazer render, não tocávamos nos cálicezitos, pois ainda viria o resto das tunas. Iamos ficar ali bastante tempo e tinhamos que fazer render o peixe.
Mas... não aguentamos, e durou apenas 15minutos a poupança. Pronto, havíamos de poder ir a algum boteco assim que as tunas chegassem... Eis que... As meninas nos trazem outra dose... Um sorriso rasgado na cara de cada e continuamos a tocar. Dez minutos depois, outra dose... Ui! Não sei se era alegria, se vontade, ou efeito do vinho não paramos de tocar, óbvio, né?
Lá perguntei à menina, porque nos estava a trazer mais doses. A resposta foi: São os turistas, estão a pagar tudo! Meninos!!! Só faltou fazer formação, até já se fazia esquema de estandarte, como éramos convidados não estendemos nenhuma capa no chão, mas desconfio que tinhamos pago a nossa estadia extra e noitadas se o tivéssemos feito...
Entretanto chegam as outras tunas, muito pasmados com o que estava a acontecer, e ainda foram servidos também ás nossas custas... A gerente já oferecia também, lol...
Como estarão recordados dos posts anteriores, nesse dia chegava o resto da tuna vindos do Porto... Mal chegaram, nem tiveram hipóteses de arriar as malas, foram logo para lá e juntaram-se à festa, estava eu e o maninho (mais o maninho que ainda era caloiro) a tratar de guardar alguma bebida par o terceiro maninho. Quando o jovem chega é logo presenteado por um tabuleiro cheio de cálices, lololol, as tunas cantavam, parecia uma festa autêntica, dos melhores ambientes possíveis num encontro de tunas.
Os tabuleiros não paravam, e o maninho explicou-nos que era a gerente que estava a dar-lhe colheitas diferentes para experimentar... O brinde era feito a dois copos, e era desta maneira "Este é doce, este é meio seco". E provávamos cada um, Aquilo vinha aos tabuleiros, tinhamos que inventar uma forma de os beber! Era inacreditável, mas não deve ter ficado a perder dinheiro pois a casa estava cheia...
Eram já 18h, e fomos à pousada onde tínhamos guardado o nosso plano para deixar o moço que tinha chegado de rastos, já descrito anteriormente... Ele ainda estava meio abananado com a recepção, pegamos em instrumentos e fomos para a varanda do quarto, que dava para a entrada da pousada, só os três e com o "lanchinho" a manter-nos na senda de cantoria, para a rua, não havia problema, as pessoas passavam, fiacavam a olhar, riam, acenavam e continuavam o seu caminho... A tuna começa a chegar ás pinguinhas, e pouco a pouco começaram-se a juntar a nós, quando demos por ela, a varanda estava cheia e já se faziam serenatas ás meninas que passavam na rua, em sentido invertido... Lol, nós à janela e elas na rua...
Não havendo, mais actividades, fomos jantar desta feita à cantina, onde colei o pistão a falar inglês com uma luso-descendente (que falava muito bem português) da Lusocantuna, a tuna mista canadiana. (Podia-me ter dado para pior, podia ser francês...)
Como "já" era hábito, descemos a rua e fomos apresentar o "Santinho" ao terceiro maninho... Não foi preciso muito para ficar adepto, sangria a 5€ o litro. Esqueci-me de dizer que vinha sempre acompanhada de um pratinho de tremoços com tempero típico, daí a nossa preferência, o melhor foi os olhinhos do menino quando provou a poncha, até pagou outro jarro, eh eh eh...
01h da manhã e decidimos ir à disconight, sexta-feira, noite brasileira no casino... Ok, á falta de mais opções lá fomos nós aos "S" pela rua fora, era uma ladeira comprida e a subir, e o que valeu os passeios eram largos, lol.
Tinham-nos avisado previamente que não gostavam muito de pessoal trajado na noite e que muitas vezes barravam a entrada nas discotecas, mas... A cena que se passou á entrada foi a seguinte: Ao descer a rampa a meio do casino para o nightclub, encontravam-se dois seguranças, daqueles que davam para armário da roupa lá em casa, e um fulano que depreendo deveria ser o porteiro. Ia eu à frente porque já conhecia o sitio e o fulano estende-me a mão tendo na outra os cartões de consumo. Como sou bem educado, cumprimentei o senhor e segui em frente... A seguir já de cartão na mão estende-o ao segundo da fila que lhe responde "Publicidade não, obrigado" :D! O terceiro, diz-lhes "Eu estou com eles!" Não sei se eram cartões de consumo ou não, mas ninguém veio atrás de nós, mal chegamos, senti um "aperto" e dirigi-me á casa de banho. Cena cómica da noite, imaginem um corredor com uma porta a meio, virava para a direita nas duas pontas, numa delas outra porta, na outra outro corredor de acesso. A casa de banho dos homens era a do meio. Ao sair viro para um lado, que tinha a outra porta, esta da casa de banho das mulheres: devo ter perdido cinco minutos a andar de porta em porta e nunca me ocorreu ir para a outra ponta do corredor, onde aparece o maninho a perguntar que andava eu a fazer! "Estou perdido!" AH AH AH!
No nosso estado de graça, lá fomos dançar umas musiquetas. (sim, eu danço, depende é do estado!). Já de batinas e capas pousadas, e a fazer a tipica figura triste de gravata na cabeça. Devemos ter dançado meia horita e fomo-nos deslocando para a frente do palco, esquecendo os nossos trajes, mas caindo em mim alguma lucidez lembrei-me de os ir buscar para a nossa beira. Avistei os ditos pousados na berma da pista, esta fazia uma espécie de fosso para uma parte com mesas e cadeiras onde se encontravam as capas e batinas. Peguei nelas, e mal viro costas para ir em direcção aos outros dois, Alguém me agarra pelos ombros!! Assustado, olho para trás e eis que uma senhora, sim já tinha idade para ser chamada senhora me pergunta meio dramaticamente "Vocês não vão embora pois não?" R: "Não, não vamos só para ali!" (MEDO!) Depois de contar a cena aos outros achamos melhor ir embora na mesma, lol.. A banda também já estava a acabar!
Caí como um calhau na cama!
Logo à tarde conto o sábado! (digno de registo também!)
Abraços...
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